domingo, 2 de novembro de 2008

Lewis Hamilton, campeão da F-1 2008


Até a morte de Ayrton Senna, os domingos de Fórmula 1 eram emocionantes para os fãs do automobilismo, mesmo para quem assistia, torcia pelo Senna sem entender coisa alguma, como eu. Senna era uma espécie de semideus brasileiro. Tinha carisma em demasia, além de ser o melhor piloto de seu tempo. Aí, veio o Rubens Barrichello, que todo mundo pensava ser o novo Senna ao entrar na Ferrari, mas o que se viu foi um piloto sem autonomia, que cedeu a dianteira numa corrida ganha para o Schumacher em 2002 (?). Passei a detestar a Ferrari por isso, e de quebra não acompanhei mais a F-1, que ficou bem chata com o alemão ganhando tudo. Aí, chegou o Alonso, o chato-mor. O espanhol ganhou dois anos seguidos o campeonato e aposentou Schumacher.

Em 2007, chega à F-1 o primeiro negro, Lewis Hamilton, com muito carisma e correndo de igual para igual com veteranos e campeões como seu então companheiro de equipe, Fernando Alonso. Com Hamilton a F-1 voltou a ter graça, a ser imprevisível e emocionante. Tornei-me fã de Hamilton. Voltei a acompanhar a F-1. O inglês quase ganhou o campeonato em sua primeira temporada. Haikkonen venceu com diferença de um ponto para Hamilton o campeonato de 2007.

Hamilton sagrou-se campeão da F-1 2008, hoje. Na última curva, a trezentos metros da linha de chegada, conseguiu ultrapassar Glock, chegar em 5º e marcar um pontinho que fez a grande diferença como no ano anterior. Ele e Massa fizeram de 2008 o campeonato mais vibrante, como não se via há anos. Não houvesse a Ferrari cometido tantos erros, não fosse a estabilidade técnica da McLaren, Massa seria o primeiro piloto brasileiro a ser campeão em casa. Foi quase, Felipe Massa.

Vibrei muito com a vitória de Hamilton. E alguém poderia perguntar por que não torço por Massa. Bem, eu não acho que ele seja um piloto ruim ou sem carisma, é que ele não tem aquela capacidade de Senna de enfrentar os adversários, a garra, a coragem, a humildade de admitir que errou (a equipe sempre erra com ele). Hamilton, por outro lado, mesmo sabendo que se quebrará todo vai pra cima, senta o pé mesmo e faz cada ultrapassagem (aquela do GP da Bélgica, então...!). Enfim, Hamilton é mais parecido com Senna do que Massa, eu , pobre torcedor, acho. O inglês soube comedir-se neste final de campeonato e isto lhe deu a vitória final.

Outra coisa legal na vitória de Hamilton foi que, com isso, ele calou os críticos, a turma do raio que cai no mesmo lugar duas vezes e, principalmente, o chato elevado à décima potência da televisão brasileira, o narrador Galvão Bueno.

Valeu, Hamilton! God save the black driver!