sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Estoicismo à Saramago


Tive o prazer de encontrar estas palavras. Gostaria de tê-las dito. Aqui as reproduzo integralmente do blog do José Saramago, cujo link está ali à direita. Eu, como o distinto português, de modo algum sei conviver com a indiferença. Apesar de usá-la, forçosamente, em nome da minha conveniência em alguns momentos.

Eis o texto de Saramago:

Vivo, vivíssimo

Intento ser, à minha maneira, um estóico prático, mas a indiferença como condição de felicidade nunca teve lugar na minha vida, e se é certo que procuro obstinadamente o sossego do espírito, certo é também que não me libertei nem pretendo libertar-me das paixões. Trato de habituar-me sem excessivo dramatismo à ideia de que o corpo não só é finível, como de certo modo é já, em cada momento, finito. Que importância tem isso, porém, se cada gesto, cada palavra, cada emoção são capazes de negar, também em cada momento, essa finitude? Em verdade, sinto-me vivo, vivíssimo, quando, por uma razão ou por outra, tenho de falar da morte…