segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Mundo triste



Esta foi considerada a tirinha mais triste já feita entre os blogueiros. Porém, por ser apócrifa, ou seja, não foi desenhada pelo criador do Calvin, Bill Watterson, muitos não lhe conferem o devido valor.

Eu sou partidário dos que a consideram a mais triste. Afinal, nunca é muito bonito o momento em que a criança em nós começa a ser esquecida.

Dias atrás revi com meus alunos do 3º ano do Ensino Médio o documentário "Falcão: meninos do tráfico". Desta vez, o depoimento de alguns garotos me chamou atenção não pela violência, e sim pela carência de afeto que todos compartilham. Ainda crianças, mas sem inocência, sem tempo para brincadeiras.

Eu, sinceramente, não gostaria de viver neste mundo. No entanto, não posso fingir que ele não existe.

Saudades do Paraíso


Há algum tempo, acho que já mais de ano, lendo Angústia, outra obra-prima do Graciliano Ramos, deparei-me com uma frase que resume todo o meu sentimento em relação à sociedade (daqui, alhures, de qualquer lugar). Ei-la:

“Minha pátria era a vila perdida no alto da serra, onde a chuva caía numa neblina que escondia tudo. Se eu tivesse ficado ali, ignoraria o resto do mundo.”

Sou meio niilista. Um saudosista completo. O meu paraíso na Terra é um lugar onde a maioria das pessoas não é alfabetizada, se curam com folhas e raízes, acreditam em lobisomem, alma penada, rezam perante uma imagem do Padre Cícero, Frei Damião e outros santos consagrados ou não, emprestam e nem lembram de buscar de volta, a não ser numa precisão, vão à missa, à procissão, recebem pessoas em suas casas e dão-lhes todas as mordomias, sempre oferecem o melhor sem mesquinhez, são pessoas verdadeiras, simples... acima de tudo, pessoas FELIZES.

Sinto saudades do Sertão, da terra que pariu meus avôs e minha mainha.

José Minervino Neto
Branquinha, 06/10/2008