sábado, 19 de dezembro de 2009

Reflexão para o Natal

Natal. Novamante aquelas luzes coloridas e intermintentes por todos os lados, uma diversidade de enfeites, músicas irritantes. Tudo isso em nome do consumismo, porque se vierem me dizer que é a celebração disso ou daquilo, esforçar-me-ei para não retrucar com agressividade, no estilo fala o que quer, ouve o que não quer.

Difícil acreditar que a humanidade, cuja capacidade intelectual só encurta a distância entre o impensável e o realizável a cada dia, seja capaz de cometer tantas atrocidades. Acelera-se o aquecimento do planeta, mas a única atitude que os líderes mundiais, reunidos em Copenhague, mostraram-se aptos a executar foi a de ler seus discursos infames.

Natal e aquecimento global fazem uma rima ótima. Um tenta sustentar que o homem é bom, generoso, sentimental. O outro só demonstra com rigor a natureza humana, sua crueza e deslealdade implacvável, egoísta, má. Quão distante é a realidade dos comerciais deste período natalino, de festas de fim de ano. A televisão vende um produto que não existe, entretanto que dá lucro: a ilusão.

Ilusão de que é preciso dar presentes para felicitar as pessoas do nosso derredor. Ilusão de que para ser católico basta ir à missa de Natal e Ano Novo. Ilusão de que o ambiente de trabalho melhorará após as brincadeiras de amigos secretos. Ilusão de que no ano vindouro tudo se renovará.

Ainda nem aprendemos a respeitar-nos mutuamente. Veja o desdém dos capitalistas devoradores, perceba como eles simplesmente não se importam com o futuro do planeta. E quando fazem caridade? Oh, como são cínicos aqueles sorrisos amarelos, forçados!

Não dá pra desejar felicidade à humanidade. Porque ela prefere ser infeliz. Mas se de ilusão também precisamos para viver, ao menos seja de qualidade, como um bom livro ou disco de música dignos, belos, poéticos. Preservemos nosso mundo pequenino, estendido àquelas pessoas que amamos. Sejamos anormais numa humanidade que já não sabe mais o que é normalidade há muito tempo.