sexta-feira, 26 de junho de 2009

Até logo, Michael


Michael Jackson subiu. Pouquíssimos artistas da música frequentam o cânone do meu imaginário, e ele está lá entre Renato Russo, Raulzito, Cazuza, Kurt Cobain, os Floyds, Belchior, apesar dos escândalos, da mudança misteriosa de cor etc. Obviamente, ele está longe da majestade genuína desses caras aí. Mas marcou tanto que é impossível não sentir sua falta.

Naquela época gostosa do videocassete nenhuma fita competia com uma contendo os clipes do Michael. Passávamos horas na casa do amigão Edilson Vilar vendo e revendo a fita. O Mudo mais conhecido de Brank City viu tanto que aprendeu os passos antológicos do Rei do Pop. Até hoje dou muita risada com a cena. Desconheço pessoa que mais o admire quanto Fabrício Doido, outro irmão. Ultrajava a imagem do Michael na presença dele só para irritá-lo. Brigamos certa vez, porque ele rasgou uma página de revista com uma foto do seu ídolo. Depois tudo se reverteu em risada.

Ainda não vi clipe melhor que o Thriller. Dava medo aquela transformação de vivo para vivo-morto (que hoje percebo tão tosca!). Porém, não ousava sair da sala. Ficava compenetrado com aquela dança. Alguém aí consegue dançar melhor?

Deixou-me de luto. Valeu, Michael!

*A imagem é do gênio Carlos Latuff,
que está linkado ao lado =>

domingo, 21 de junho de 2009

Tédios

Tédio. Não sou pessoa de grandes aventuras, mas não consigo suportar tanta mesmice. Cansam-me as notícias, os esportes que acompanho, a Internet que cada dia me torna mais dependente dela, a comida da geladeira. Um saco! As pessoas me perturbam, e o mais grave, a algumas nem devo satisfações de quaisquer naturezas. Meu mundo encurtou-se novamente.

Tédios cotidianos. De todos eles, claro, as pessoas se sobressaem. Quando entraram no rio e me encontraram diminuíram, ou eu cresci. O ambiente tornou-se sufocante e superado. Preciso agachar-me vez em quando, falar mais alto para ser ouvido, desacelerar, calar para não quebrar um espírito inflexível. O problema reside em mim, também. Eu seria imperfeito se não reconhecesse isso. Mas, poxa, por que nenhuma conversa me interessa de verdade? Ou, por que ninguém me escuta?

Não me recomendem psicólogo, analista nem profissional da área. A literatura, a boa música e os poucos amigos-irmãos são-me suficientes. Tento ser mais otimista, Murphy não deixa. Bom, para tanto tédio, suponho que estas palavras bastam.