sábado, 8 de janeiro de 2011

Inconclusão

O que mais fiz nos últimos dias foi divagar devagar. Assim aleatoriamente, sem concluir. Às vezes, mesmo dEUs faz isso. E como ser enérgico não é um dos meus pontos fortes, tenho a lerdeza ao meu favor. Faço uma coisa hoje, espero para terminar outra após o sétimo dia, engato a primeira marcha e vou com ela até reaver a coragem de encarar a próxima tarefa.

Planejei, sem sucesso, escrever sobre o saldo zero de 2010, que graças a dEUs não pendeu para o negativo, apesar de tantas tragédias: morte de ente querido, relacionamentos (des)complicados, o beijo do rio Mundaú, a labuta. Mas, enfim, continuo exatamente igual, agora zerado de confusões.

Deste modo inicia-se 2011 para mim. E ele já foi generoso comigo, afinal a fé (de)move montanhas. Nesse começo do fim foi-me permitido conhecer mais de perto um mundo, uma mente incompreendida e sóbria. Conheci e reconheci alguém que não tem medo de dizer a verdade, o porquê disso e senti-me feliz de poder estar entre seus amigos. Lição (re)aprendida: só tem medo da verdade quem prefere a mentira, ou "a mentira nunca é plena, mata a alma e a envenena" (Seu Madruga, filósofo).

A madrugada mantém-se minha amiga e seu silêncio, meu alento. Nela descanso, bebo, danço, rio, balanço, sou. Pena que não posso aumentar o volume. Miguel dorme. Continuo concluindo apenas que estou inconcluso. Ah, e sem sono.

Bom 2011, fiéis!