quarta-feira, 4 de março de 2009

Educação...

Educação foi a palavra mais marcante desde o último post. Ontem, discuti com meus queridos colegas de faculdade o significado e utilidade desta palavra na sociedade. Ressalte-se que somos, alguns, professores, outros, pais. Concordamos que se trata da transmissão dos saberes acumulados por cada grupo humano, portanto não é viável um método universal dadas as particularidades culturais existentes. A polêmica interna se deu em torno da função social da educação: "A educação atende as demandas do século XXI?", fora a questão proposta. Para alguns, como minha adorável amiga Cícera Paiva, a Digníssima, imbuídos do fervor humanista, a educação, resumindo, não era eficiente devido a exclusão que ela mesma promove nas circunstâncias atuais. No outro pólo, posicionei-me afirmativamente, pois acredito que nosso modelo educacional é voltado para a produção de mão-de-obra (barata) que servirá à manutenção do sistema capitalista. Mas, claro, isto é apenas uma constatação.

Sou professor (esforçadamente, favor não confundir com "forçadamente"), acredito no poder da Educação de qualidade, humanista e, por que não, revolucionária. Não posso negar que meus alunos e eu estamos à mercê do sistema, que para suprir nossas necessidades mais básicas é imprescíndivel a troca de moeda por mercadoria. Não podemos fugir do sistema, entretanto temos as "armas" para provocar as mudanças necessárias (quando faremos isso, sei não).

Numa perspectiva idiossincrática, comparo a educação à domesticação de animais. Isto ocorreu de fato, basta conhecer um pouco de nossos ancestrais. Com o tempo o ser humano animalesco cedeu ao "civilizado", submisso aos contratos sociais em prol da sobrevivência. Chegou a Revolução Industrial, com ela o Capitalismo, e nós tivemos novamente de ceder em virtude da assimilação do status quo vigente. Fomos adestrados a manejar máquinas e a aceitar um salário miserável, o nosso capim.

Se por um lado, como professor, tenho de preparar meus alunos para o ingresso no sistema, do outro, não posso me esquivar de incitar neles o desejo de mudança, uma visão crítica da realidade. Penso que esta é a postura mais razoável de um educador nesse século. E não estamos falando aqui de ressuscitar o socialismo, prefiro a dignidade humana a qualquer sistema político-econômico.