domingo, 23 de agosto de 2009

Saudades a-gosto (2)


Agosto, portanto, é um mês de saudades. Como saudade pressupões tempo, vale ressaltar que agosto é o mês do meu dia. Tempo em que o tempo me carrega à revelia, sempre. Num instante resumo minha vida: de menino tímido a adolescente tímido, perdi, pelas minhas contas, muito, tanto que dediquei boa parte dos últimos dois anos tentando recuperar, quem advinha?, o tempo perdido. Pensando bem, nem tão perdido assim.

Era muito mais simples sair de casa e encontrar os amigos para brincar, juntar vinte meninos de bicicleta e percorrer os limites da terrinha, havia paciência para contar, inventar e ouvir estórias, assistir desenhos animados considerados hoje inadequados, violentos como Pica Pau, Tom & Jerry, Cavaleiros do Zodíaco, Caverna do Dragão, Papaléguas, os seriados japoneses Jaspion, Changeman, Jiraya etc., os filmes do Indiana Jones, Robocop, os do Chuck Norris, Rambo, do Van Damme, todos na sessão da tarde. Nunca quis jogar uma bigorna na cabeça de ninguém, tampouco matar meus colegas de classe.

Ah, jogar video game! Era um ritual: não lanchar na escola, almoçar assistindo os últimos desenhos e me danar pra locadora. Ainda curto muito, sobretudo, o Nintendo. A propósito, o Super Mario World, aquele do Yoshi, é o melhor game de todos os tempos, seguido de Superstar Soccer e Top Gear. É diversão garantida.

Tempo sem muitas complicações.

Neste mês augusto, completam-se vinte anos de sublimação de duas personalidades simplesmente altíssimas: Luiz Gonzaga e Raul Seixas. Planejei escrever um post sobre eles. Basta dizer que isso só me torna mais saudosista, essas datas redondas. Saudades desses reis.

Pois é, em agosto o saudosismo aflora. Fica difícil terminar este texto. Depois se der vontade de escrever mais, escreverei.

Saudade: tempere a-gosto.