segunda-feira, 6 de maio de 2013

Leminskinado



Meu livro de cabeceira atualmente é o Toda Poesia, de Paulo Leminski, o poeta bigodudo mais pop de toda a literatura nacional. Lírico e concretista ao mesmo tempo, captou as nuances do seu tempo através de poemas curtos, cheios de trocadilhos, metalinguagem, referências da cultura efervescente dos anos 70 e 80 e pequenas explosões, que ora nos causam estranhamento, ora nos fazem rir, mas sem perder a delicadeza em cada verso arquitetado.

Conheci a poesia do Leminski há muito tempo por meio da TV Escola, que na época veiculava seus poemas nos intervalos comerciais. Aquilo me fascina até hoje, poemas curtos que expressam uma mensagem imensa, ou que simplesmente nos fazem calar.

Quando foi lançado o Toda Poesia, corri logo para comprá-lo e desde então estou degustando paulatinamente cada poema, sem pressa, porque a poesia exige calma, é preciso escutá-la, reverenciá-la. Poesia é coisa séria. Um poema pode ter sido escrito irresponsavelmente, mas lido desta forma jamais, mesmo que por deleite. Como dizem por aí:

"Poeme-se".