terça-feira, 12 de junho de 2012

O amor, o @mor e o Amor

Autoria: Orlandeli.
Com uma vida amorosa feito a minha, talvez não devesse falar sobre o amor, ou por isso mesmo eu devo, sei lá! Claro que não me refiro a qualquer tipo de amor, mas da vertente mais forte, intensa e louca: o amor eros, aquele que evolui do olhar às peripécias condenadas pela moral e os bons costumes.

De repente, ser único deixa de oferecer o conforto necessário para executar as tarefas mais simples (que dirá  as complexas) do dia. Insônia, desatenção, fastio são alguns aspectos. Vibrar a um singelo gesto, às vezes despretensioso, da pessoa desejada, tudo e tanto mais são também indicativos de que o amor já começou a fazer suas estripulias. Haja foto do casal no avatar do Facebook, Twitter, Orkut, MSN, declarações gigantescas em 140 caracteres... Afinal, a sensação de não estar mais cambaleando no mundo "não tem preço".

Nem quero citar os estragos que amor causa após terminar seu prazo de validade. Interessante é que na vida adulta muita gente dissimula com um "Tô nem aí" por ocasião de um eventual desacerto. 

O Amor, porém, o verdadeiro Amor ainda existe? No máximo, deve estar escondido, anônimo nos lugares ignorados do mundo de tão comum que é hoje em dia adolescente encontrar, dos 15 aos 17, o amor eterno pelo menos umas duas vezes por ano (clichê facebookiano). E conviver com o desamor na mesma medida (extensão do clichê). Pelo menos são corajosos essses meninos e meninas.

Aprendi observando muitos casais que o amor vai se construindo a cada compasso de tempo. E que o romantismo vale a pena. E que dizer "Eu te amo" não é piegas, e sim, perigoso se for leviano. E que se pode amar várias vezes na vida, por muito ou pouco tempo, desde que haja intensidade e verdade nesses momentos.

Desconheço algo "gratuito" mais caro do que o amor, algo que exija mais tempo e esforços, isso em todos os aspectos de tal substantivo, e que, no fim, é sempre mais em benefício alheio que de si próprio. O amor é um desafio à nossa natureza animal.

Vale a pena amar? Sinceramente, continuo acreditando que sim, embora o histórico seja desfavorável. E, obviamente, eu não quero me tornar um provecto rabugento usuário das pílulas azuis, daquele tipo solitário e cheio de si que para ter "amor" precisa comprá-lo. 

Também desconheço sensação melhor do que o Amor recíproco. Um afago, a companhia, a cumplicidade alcançadas na última juventude não estão, jamais estarão disponíveis em farmácias ou lojas. E pensar que Ele está por aí ainda... 

Olá, Amor, há vaga?

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Publicado anteriormente no blog JMarcelo Fotos.

2 comentários:

Raíssa França disse...

Sério..nem tenho o que falar sobre o seu texto. Você pensa como eu, olha as coisas da maneira que eu vejo, isso é tudo muito interessante.

Eu ainda acredito no amor, apesar das pessoas estarem do jeito que estão, sinto que há pessoas (assim como nós) que merecem encontrar alguém para amar.

Meus parabéns, seu blog é fantástico! Beijo

José Minervino Neto disse...

Grato, Raíssa. Fico feliz em encontrar (ainda que online, mas Maceió é pertinho de União, hehe) alguém nessa vastidão sensível às coisas subcutâneas.